Confugão
Era uma vez uma cidade bem, bem distante, onde os habitantes tinham por hábito fazer reuniões com parentes e amigos em volta do fogão. Porém, sempre no fim de cada reunião o maior conflito era quem limparia o fogão sujo.
Eis que surge um forasteiro carpinteiro que, ciente do drama, teve uma excelente ideia para vender seu trabalho: criar para todas as casas um fogão de madeira, que não precisaria ser limpo. Todos concordaram com a ideia, muito empolgados, sem pensar no risco que esse fogão poderia trazer para a cidade.
Após a entrega de todos os fogões, o forasteiro rapidamente sumiu da cidade, deixando todos intrigados com a rapidez com que ele fora embora. Mas estavam todos contentes com seus novos fogões e organizaram a tão famosa reunião em volta do fogão. Porém, algo aconteceu. Misteriosamente todos os fogões queimaram e viraram cinzas.
Os homens da cidade, revoltados, foram para a floresta em busca do forasteiro. Mas a única coisa que encontraram foi uma escola de bruxas, e as aulas eram ministradas por animais como cachorro, gato e urso. Assustados com tudo aquilo, começaram a procurar a saída da escola. Mas a única coisa que encontraram foi uma sala bagunçada, que guardava um relógio do tempo.
Mesmo com medo e assustados, mexeram no relógio e, sem querer, ativaram o botão do tempo. Sem saber se iam para o passado ou futuro, se abraçaram e aguardaram a ventania que se formou passar.
Quando abriram os olhos, perceberam que estavam em outro tempo, em outro lugar, com escadas que subiam e desciam sozinhas, muitas luzes, bonecas dentro de caixa de vidro, pessoas segurando muitas sacolas, muitos restaurantes e em um desses restaurantes encontraram um rei. Não sabiam se era passado ou futuro, só achavam aquilo tudo muito estranho.
Imediatamente foram falar com o rei para pedir ajuda para voltar para a cidade. Só que quem eles achavam que era um rei, na verdade, era apenas um funcionário de uma lanchonete, que não estava entendendo nada e achou tudo isso muito estranho, então resolveu pregar uma peça no grupo. Disse que para voltarem para a cidade deles era preciso encontrarem uma fonte, e cada um deveria jogar uma moeda nesta fonte para a fada madrinha aparecer.
Prontamente todos foram atrás dessa fonte e, quando a encontraram, jogaram suas moedas e desejaram intensamente a aparição da fada madrinha. Surpreendentemente, a fada madrinha apareceu deixando até o falso rei boquiaberto.
Todos pediram para a fada fazê-los voltar para o seu tempo e sua cidade bem, bem distante. Nesse momento, a fada pegou sua varinha de condão, falou algumas palavras e uma tela apareceu, mostrando o que ocorreu.
Todos viram que o motivo de estarem ali perdidos foi terem acreditado em um desconhecido, que queria destruir a união do povo da cidade bem, bem distante, famosa pela hospitalidade, cordialidade e honestidade de seu povo.
Todos entenderam que limpar o fogão não deveria ser motivo de desunião e discórdia. A fada percebeu que a lição havia sido aprendida e com o relógio do tempo em mãos, abriu o portal para a cidade bem, bem distante.
No último minuto em que o portal estaria aberto, um guarda surgiu acusando o grupo de assalto ao relógio. Assustados, atravessaram o portal e finalmente estavam na cidade bem, bem distante.
O retorno foi festejado com a construção de novos fogões e, a partir daquele dia, a briga era para saber quem limparia o fogão.
Autores
Monique Antelmi Noson
Veronica Alves Barreto
Thamires Castro Sousa