Cidade Perfumada
Havia uma cidade onde todas as pessoas que ali habitavam eram muito, mas muito perfumadas! E para saber se elas, as pessoas da cidade, estavam adequadamente perfumadas, utilizava-se um termômetro, que quando colocado no corpo da pessoa, caso ela não estivesse “bem perfumada”, este subia sua temperatura abruptamente! E elas teriam que imediatamente ir se perfumar.
Além disso, as pessoas podiam utilizar também um relógio, que as ajudaria a marcar o tempo de uso do termômetro, porque não podia ser utilizado aleatoriamente, tinha que seguir uma regra. Assim o relógio ajudava nesta tarefa.
Aquelas pessoas, que por qualquer razão não se perfumavam, começavam a suar tanto que este suor escorria do seu corpo até o chão, fazendo com que ficasse muito escorregadio e assim… pluft! Plaft! Ploft! Todo mundo escorregava!
Como em toda cidade, umas pessoas eram altas, outras baixas, outras gordas, outras magras e esbeltas. Uma das moradoras que era muito bonita, mas muito magra, que costumava passear com seu cachorro, não se intimidou com o suor no chão e saiu para passear!
Num determinado momento, ela se deparou com um lindo castelo e resolveu bater à porta: toc, toc, toc. Para sua surpresa, foi atendida pelo rei! O rei ficou surpreendido com aquela figura exuberante e logo foi dizendo:
– Senhora, que agradável surpresa recebê-la, pois em comum com você eu também tenho um cachorro, tão bonito quanto o seu.
De repente, em questão de segundos, a bela mulher perdeu sua memória, esqueceu quem ela era, onde estava, o que estava fazendo ali, e começou a enjoar… O rei, preocupado e assustado, logo pediu a seu enviado que fosse a busca do local onde a senhora residia, e assim a levasse para casa. E foi o que ele fez.
Chegando em casa, a moça, que ainda não sabia quem ela era, resolveu tomar um delicioso banho de banheira e imediatamente recobrou sua memória! Lembrou-se o quão agradável eram os seus banhos, que ela tomada todas as tardes, na piscina de sua mansão. Lembrou-se também do rei e foi ao seu encontro pensando:
– Será que o rei tinha uma princesa, sua filha, que pudesse se tornar sua amiga?
Chegando lá, o rei apresentou sua filha, a Princesa Stela, que educadamente ofereceu-lhe um copo d´água. No mesmo momento, ela novamente se esqueceu de tudo e, desesperada, saiu correndo sem nem olhar para onde estava indo. De repente, se viu numa festa onde todas as pessoas usavam um avental branco! Ela não entendeu nada e estranhou a situação. Pelos comentários das pessoas na festa, ficou sabendo que aquela confraternização era para comemorar a descoberta de uma planta que só existia no alto de uma montanha próxima da cidade, a qual serviria para a produção de um novo perfume.
Então, curiosa, ela resolveu subir a montanha, onde subitamente foi surpreendida por uma fada que lhe contou que, na verdade, aquilo não era um perfume e sim um remédio.
Ao descer da montanha, ela encontrou um menino, que lhe falou que o remédio estaria no parque e não na montanha, e descobriu que o remédio era leite de cabra. O menino levou o leite para a cozinha de sua casa e foi esquentá-lo quando, ao encostar na leiteira quente, se queimou. Sua irmã mais nova, muito atrapalhada, disse que sabia como ele poderia melhorar e levou-o ao dentista. Ao chegar ao dentista, este era muito fraco fisicamente e disse:
– Posso ajudar?
O menino então começou a chorar copiosamente quando a fada, que o tempo todo acompanhava o menino na forma invisível, resolveu a questão. Com sua varinha de condão, transformou o menino numa torneira aberta, de que a água não parava de sair!
Onde estou? Foi assim que a bela e magra mulher acordou, após escorregar no chão que estava molhado de suor. Ela havia desmaiado com a queda e toda aquela história tinha sido um sonho, um delírio. Aprendeu assim que seguir as regras é sempre a melhor solução.
Autores
Andréa Fernanda Leal
Gisele Alves Terrizan
José Carlos Silva Telles de Mello