História

Linha do tempo

Era uma vez…

Desde 1993 vinha ajudando as crianças do Hospital Emílio Ribas através de diversas formas, comprando brinquedos para as festas que periodicamente eram realizadas, para os bingos, e organizando a arrecadação de tíquetes refeição para a compra de leite.

Com o passar do tempo, senti vontade de conhecer um pouco mais as crianças quem eu estava ajudando, e com uma ideia vaga do que gostaria de fazer, ou seja, observar o mundo sob um outro ângulo, os olhos das crianças, o que sentem, o que pensam, o que querem – o que seria muito fácil pois já tivemos esta oportunidade um dia – difícil seria entrar em um mundo onde a maioria destas crianças se encontram, doentes, carentes, como se não bastasse muitas sem família.

Um dia, com minha sobrinha Violeta ao telefone, contei sobre como o ambiente hospitalar põe medo nas crianças, e disse o quanto gostaria de transformar isso, nem que fosse só um pouquinho. Então, Violeta me ouviu e disse: “Tio, leia para elas”. Rapidamente planejei uma forma de contar histórias, na noite anterior à minha apresentação. Desplanejei tudo, e sabe por quê?

Através de uma conversa com Wellington Nogueira, amigo há mais de 15 anos, que também é o Dr. Zinho do Doutores da Alegria, entendi que para se estar com crianças não é necessário planejar nada, tudo vale. Basta ligar o motor da atenção e do respeito que elas merecem. Entendi que desse modo, qualquer lugar pode se transformar num lugar encantado. E foi assim que resolvi dar asas à minha imaginação.

No dia 17 de agosto de 1997, dei início ao que posso chamar de um salto quântico em minha vida. Daí para frente passei a ouvir mais e falar o essencial, ter mais cuidado com minhas “palavras”, permitir que o Pinóquio e Gepetto possam receber a ajuda dos Powers Rangers para sair da barriga da baleia, a Cinderela pode até ter joanete e nós, adultos, podemos até nos sentirmos felizes ao ouvir um “não” como esse: “não, hoje eu não quero ouvir história”. É isso mesmo! Um não pode ser muito importante para quem não pode nunca negar as agulhas, os remédios, os tratamentos de um hospital.

Atualmente o voluntariado vem sendo um assunto muito discutido no Brasil. Mas esse assunto há muito tempo faz parte da essência humana: caridade, amor, tolerância e muitos outros valores positivos. Exercitá-lo é o que faz a diferença.

Viva e deixe viver é um exercício de cidadania, é a capacidade e a possibilidade de construir ou transformar, é a cooperação dos nossos “contadores e fazedores de histórias” para um mundo mais digno, em especial para as nossas crianças que farão do Brasil um País mais feliz.

Vista o nosso Avental e faça parta dessa história.

A melhor história é aquela que se aprende contando.

Valdir Cimino
Fundador

 

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